"Histórias das Gentes da Baixa de Coimbra" por Nuvideia. Capítulo 7: Dona Conceição

Com quase 100 anos de história, a Casa Confiança é, muito provavelmente, a loja mais antiga da Baixa de Coimbra. Aos 16 anos de idade, já a D. Conceição era uma das cinco funcionárias da loja. O patrão, o Sr. Abílio, viria a falecer anos mais tarde e, quando o filho ficou à frente do negócio, depressa percebeu que aquela não era a sua "praia" e propôs sociedade à D. Conceição e a um colega. Ambos aceitaram. Em 1984, D. Conceição viria a tornar-se a única proprietária da Casa quando os sócios lhe venderam as suas quotas.  


Não sendo uma pessoa de muitas palavras, é visível o amor e o carinho que tem pela sua atividade. Confidencia-nos que a Primavera e o Outono são as suas épocas do ano preferidas porque chegam, à loja, as novas coleções, "vivo há espera das novidades", diz-nos. "Ainda ontem escolhemos as coisas para o Natal. Tudo tão lindo, tão lindo...".

Não é difícil de perceber que estamos perante uma Senhora que prima pelo bom gosto e privilegia a qualidade. Todos os artigos que nos rodeiam, muitos deles expostos à entrada da loja, saltam à vista. E quem o reconhece são também os turistas que, segundo a D. Conceição, têm sempre a amabilidade de a felicitar pelos artigos que tem na loja. Falamos de têxteis de lar: edredons, colchas, lençóis, bordados, toalhas, cortinados, tapetes... entre muitos outros. "São muitos os enxovais que aqui são feitos?", perguntamos. Responde-nos que sim e acrescenta que são muitos os jovens que ali vão comprar não só pela qualidade, mas também pela diversidade e pelo atendimento personalizado: "Nos centros comerciais não há nada disto", acrescenta.  

São maioritariamente produtos nacionais e peças com estampados "tipicamente portugueses" como as sardinhas, os galos, os azulejos e o estampado dos "lenços dos namorados", típicos do Minho, são muito cobiçados.  

Há cinquenta anos a trabalhar na Baixa, a D. Conceição viveu os "anos de ouro" e os seus anos "cinzentos" daquela zona da cidade. Apesar de afirmar que "a Baixa não voltará ser o que era", reconhece que estamos num bom caminho e deposita muita esperança e fé nos negócios que têm aberto nos últimos anos. Recorda que a saída de lojas âncora, como a Zara, a abertura dos centros comerciais e o encerramento de lojas de excelência, referindo algumas das sapatarias de Coimbra que encerraram, foram alguns dos motivos que levaram à desertificação da Baixa. Mas, mesmo nessa época, nunca teve um dia sem pessoas a entrar pela Casa Confiança e partilha que nada foi pior que os dois períodos em que teve de fechar as portas por causa da Pandemia. Recorda também que o regresso não foi fácil porque "a Baixa estava a arrebitar e houve um retrocesso porque as pessoas tinham medo". Mas, "o que lá vai, lá vai" e a verdade é que a D. Conceição terminou a nossa conversa com uma mensagem positiva e otimista sobre o futuro, com muita esperança e fé nos jovens que têm apostado na Baixa. Da sua parte, diz que enquanto for possível, continuará por ali: a Casa Confiança é "a sua casa" e os comerciantes vizinhos, os seus amigos. 

Rubrica criada pela Empresa de Gestão de Redes Sociais “Nuvideia Comunicação e Imagem”, pertencente a Ana Filipa Fonte e Sara Reis, com o objetivo de recordar os Comerciantes da

Baixa de Coimbra e atrair mais pessoas àquela zona da Cidade e ao Comércio Tradicional e Local.

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