Café Couraça: Já conhece os famosos "Huevos Revueltos"?

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É no número 30 da Couraça de Lisboa, na Cidade dos Estudantes, que podemos visitar o Café Couraça. É com uma vista sobre o Rio Mondego que apreciamos as suas Francesinhas, os famosos Huevos Revueltos e tantas outras especialidades que fazem do Couraça um local de paragem obrigatória para os Estudantes, amigos, famílias, turistas e tantos outros curiosos. 

O Couraça é feito de pessoas e para pessoas é um café que nasceu em 1974, num ano de mudança e grande agitação. E na Cidade dos Estudantes surgiam assim os primeiros sítios de convívio e amizade que foram permanecendo até aos dias de hoje. 

Tivemos a oportunidade de falar com o Rui. E quem não o conhece? Sempre pronto a receber-nos, numa casa que não é só dele, mas também é nossa. 

O Rui faz parte da quarta ‘geração’ de  proprietários e quando em 2010 chegou à Couraça de Lisboa tinha a ideia de o reorganizar. “Anteriormente o Couraça dedicava-se exclusivamente à venda de bebidas, porque era dos poucos locais para estudantes em Coimbra” num tempo onde “não havia nem Praça da República,  nem a Sé Velha ou a Sá da Bandeira”.

Numa altura onde os locais a ir “eram o Couraça, o DD ou a Casa Trás-os- Montes”.

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A sua ideia partiu de gerir o Couraça numa vertente mais restaurante e menos café. Um dos sítios mais movimentados da Alta a qualquer hora do dia.  Mas de onde virá todo este sucesso? Enquanto restaurante apostaram em “pratos diários com produtos frescos e de qualidade”, fala que esse será uma das bases do seu sucesso, mas o segredo está nos “Huevos Revueltos, claro”

Um dos pratos mais apreciados e com mais saída no Couraça. A receita fica para quem os confecciona, infelizmente, não conseguimos que fosse revelada. Há um ‘tempero’ especial, dizem.  Para além desta iguaria também a Francesinha ou o Bife à Couraça são muito recomendados. 

Mas nem só pelos seus pratos o Couraça é conhecido. As suas ilustrações também são uma imagem de marca, com muita cor e humor.  Há uns anos uma delas foi ‘escondida’ e no ar ficou o ‘mistério’ do por quê. Sabem da qual falo? Tivemos a oportunidade de ouvir a versão oficial da história.  

O Rui diz-nos que ele foi o principal responsável pelo seu ‘desaparecimento’ e explica “não é esse conceito que a imagem transmitia que quero para o Couraça. Agora é muito mais restaurante e cada vez vêm mais  pessoas que não estão ligadas à Universidade”. Relata que nas férias os turistas entravam sempre receosos e perguntavam se era uma casa de ‘meninas’.  

Para ele a “imagem menosprezava muita a mulher e não é assim que o mundo deve ser” e o Couraça é um espaço para todos. 

Um lugar com muitas histórias. Como a do Rui. Numa das mais lindas e importantes da sua vida foi o facto de ter conhecido a “minha mulher e mãe do meu filho que estudava Direito”. A juntar a tantas outras. Dez anos é muito tempo. Mas não se esquecem as  amizades que ficaram para a vida. 

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E quem por lá passa também não esquece. Nas palavras de quem lá ‘viveu’ o Couraça é uma segunda casa, para alguns é mesmo a primeira. Foi o lugar de encontros e é sempre sitío para reencontros daqueles que partiram. Confessam que se sentem seguros, sentem amados e acarinhados por quem lá trabalha. Onde todos são tratados como amigos. Onde em cada Latada ou Queima é local para se ouvir um FRA dos que partiram e nas mesas rodeadas de amigos revivem aquilo que Coimbra e o Couraça lhes trouxe, uma familía. 

Atualmente o FRA está mais silencioso. E durante alguns meses as ‘capas negras’ ficaram em casa. Vivemos tempos bem complicados. E sabemos que a restauração é um dos setores mais afetados. E como estarão a correr as coisas em dias de pandemia?  Rui confessa que “foram e estão a ser tempos difíceis. Em Coimbra mais porque vive muito dos estudantes e a Universidade esteve fechada desde Março”. 

O espaço voltou a reabrir as suas portas e aos poucos “estamos a voltar, mas muito longe do que devia ser habitualmente”.  As diretrizes da Direção Geral de Saúde (DGS) estão sempre presentes. Pretendendo mostrar aos clientes que o Couraça é um lugar seguro e confiável. O espaço é sempre limpo e desinfetado “mas sempre tivemos muito cuidado com a limpeza” e “houve uma redução da lotação e espaço entre as mesas”, finalizou. 

E para o futuro quais serão os planos? “Agora é trabalhar com o máximo cuidado para não voltar ao confinamento”. Rui fala de “um golpe duro para todos” viram-se obrigados a pedir “ajudas às linhas de crédito para a Covid-19 para nos podermos aguentar” ainda com muita calma mas “estamos a começar a ter melhores dias e estamos confiantes que tudo vai voltar ao normal.” 

E se o país voltar a fechar? Sem hesitar para Rui “isso seria o fim”

Ficamos todos a torcer para que os dias na Alta e no Couraça se voltem a preencher de ‘negro’. 

Autor: Sara Salgueira