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“Sair da Casca”: TAUXUNGO regressa a Coimbra com uma exposição que revisita memória, infância e identidade


  • Casa da Esquina, Coimbra Portugal (mapa)

A Casa da Esquina volta a abrir portas a mais uma exposição do Projeto Marquise, e desta vez traz consigo o regresso emocional de um artista que leva Coimbra tatuada na memória. “Sair da Casca”, de TAUXUNGO (André Silva), inaugura no dia 12 de dezembro, às 18h00, e apresenta um conjunto de obras que refletem a mudança, o afastamento e a saudade — temas universais, mas aqui profundamente enraizados no território que o viu crescer.

Uma viagem entre Coimbra e as Caldas da Rainha

A exposição parte do momento em que o artista deixa Coimbra rumo às Caldas da Rainha, onde hoje vive e trabalha, numa busca consciente por uma nova vida. Entre o passado e o presente, TAUXUNGO revisita ruas, pessoas e paisagens que moldaram a sua infância e adolescência. É nesse vaivém afetivo que nasce esta mostra: um diálogo entre a distância, a memória e o desejo de regressar — nem que seja através da arte.

Em “Sair da Casca”, o público encontrará trabalhos inéditos lado a lado com peças selecionadas da coleção privada do artista. Casas, carros, transportes, fragmentos de paisagens e figuras humanas surgem como pequenas “ilustrações-do-tempo” que reconstroem, com ternura e crueza, a Coimbra dos anos 2000 e 2010.

Mais do que uma exposição, TAUXUNGO entrega uma carta despida à cidade que o viu nascer.

Um universo visual entre a street culture e a animação japonesa

Nascido em Coimbra em 1997, André Silva — conhecido artisticamente como TAUXUNGO — é mestre em Design de Produto pela ESAD.cr e tem construído um percurso artístico único, marcado pela estética da cultura urbana e pelas subculturas que o influenciam diariamente.

O seu trabalho navega entre ilustração, animação e escultura, combinando referências dos desenhos animados, do graffiti e dos art toys japoneses. O resultado é um conjunto de personagens robustas, austeras, por vezes marginais, mas sempre atravessadas por uma sensibilidade que rompe preconceitos — sobretudo os ligados à masculinidade.

Nas suas obras, a cor assume um papel emocional: suaviza a dureza das formas, revela fragilidade nas figuras mais imponentes e lembra-nos que “todo o lobo tem o seu lado meigo e toda a flor tem o seu lado selvagem”.

Quando e onde visitar

“Sair da Casca” estará patente na Casa da Esquina, na Rua Aires de Campos n.º 6, até 31 de janeiro.
A exposição pode ser visitada de terça a sexta-feira, nos seguintes horários:
🕙 10h30 – 12h30
🕑 14h00 – 18h30

Uma oportunidade imperdível para descobrir — ou redescobrir — a sensibilidade contemporânea de um artista que regressa a Coimbra não para ficar, mas para partilhar o que a cidade deixou dentro dele.