Voltar para todos os eventos

O Herói Sacrílego - Ciclo Japão Eterno

cinema

O Herói Sacrílego
Kenji Mizoguchi

€5 — €3,5 descontos TAGV

O filme conta a história do filho de um samurai que, tendo tomado consciência da sua força e da sua qualidade, não suporta ser tido como inferior.Foi um dos raros filmes de Mizoguchi estreados comercialmente em Portugal, em 1973, mas que acabaria por ser censurado e passar quase despercebido. Uma das obras mais admiradas do cineasta e talvez a mais empenhada politicamente, O Herói Sacrílego, penúltimo dos seus filmes e o segundo onde utiliza a cor, uma história do Japão medieval, com o poder dividido e a ameaça da guerra, regressa agora às salas portuguesas na sua plenitude.

Conta-nos João Bénard da Costa que foi um dos raros filmes de Mizoguchi estreados comercialmente em Portugal, em 1973, quase vinte anos volvidos sobre a sua estreia. Vimo-lo primeiro no festival da Figueira da Foz, e depois, em Lisboa, na estreia comercial, onde foi, no entanto, relegado para as sessões da meia-noite, no cinema Estúdio, passando de certa forma despercebido. O que não terá acontecido por acaso.

Esta história passada no Japão medieval, com o poder dividido e a ameaça da guerra, é um dos filmes de maior comprometimento político do cineasta, e a censura ainda existente (a Revolução de Abril chegaria 6 meses depois) quis até cortar no final o discurso deste herói sacrílego, acabando por deixá-lo ficar, mas eliminando a sua tradução.

Outra das grandes razões para ver este filme, uma das suas “obras de antologia”, é a forma como Mizoguchi utiliza a paleta de cores, as suas tonalidades, as alterações e gradações, elas próprias acrescentando ou confirmando um sentido ao desenrolar da acção, às várias personagens e acontecimentos, reforçando uma “ambiguidade significativa em que reside muito do seu fascínio” (J.B.C).

O Herói Sacrílego regressa aos cinemas portugueses 50 anos depois, liberto da censura, num restauro exemplar e na sua plenitude. Sobre o filme e a obra de Mizoguchi, Jean Douchet escreveu “está para o cinema como Bach para a música, Shakespeare para a literatura e Tiziano para a pintura. É o maior.”

Com Ichikawa Raizō VIII, Yoshiko Kuga, Michiyo Kogure
Origem Japão, 1955
Cópia digital restaurada

auditório TAGV
duração aprox. 1h48
M18