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Há Festa na Aldeia - Jacques Tati | TAGV

cinema

Há Festa na Aldeia
Jacques Tati

€6 — €4

Numa pequena aldeia do centro de França é dia de festa: os feirantes chegam à praça com as suas rulotes, carroças, carros, cestas, carrosséis, lotarias, fanfarras. Instala-se um cinema ambulante. É ocasião para os aldeões descobrirem um documentário sobre as proezas dos correios na América. Ridicularizado por toda a aldeia, François, o carteiro, decide aprender a executar o seu trabalho “à americana”.
— Medeia Filmes

Nascido em França em 1907, Jacques Tati é um mestre da comédia e um nome incontornável na História do Cinema. Antes de ingressar na sétima arte, Jacques Tati jogou rugby e destacou-se em espetáculos ao vivo. Começou por protagonizar algumas curtas-metragens, escritas também por si, e realizadas por nomes como René Clément e Jacques Berr, as quais foram recentemente resgatadas à invisibilidade e são exibidas neste programa. Após a sua primeira longa-metragem, HÁ FESTA NA ALDEIA, criou a icónica personagem Monsieur Hulot no filme AS FÉRIAS DO SR. HULOT, que permaneceu nos filmes O MEU TIO, PLAYTIME e TRAFIC – SIM, SR. HULOT. PARADE foi a sua última longa-metragem, realizada em 1974.

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Mas a visão de Jour de fête tal como foi feito em 1947
(quando as filmagens tiveram lugar) mostra como Tati era um
humorista atento à realidade não apenas “técnica” (todos os
seus filmes acompanham as transformações técnicas que
transformam a vida quotidiana) mas também “social”. Jour de
fête é (agora) o filme mais “transparente” de Tati, através do
qual se vê uma época. Neste caso o do pós-guerra em França.

A ocupação da Europa pelo exército americano é mostrada
num breve plano com um jeep da polícia militar, que François
(Tati) “desorienta” fazendo-o entrar pelo campo adentro. O
papel que a “invasão” americana teve na cultura e mudança
de hábitos, e a influência do seu cinema, é a base das mais
divertidas cenas do filme, com o carteiro tentando imitar
os carteiros americanos que vê na barraca de cinema. Mas
também a própria situação francesa de então não escapa ao
olhar atento e irónico de Tati, sendo a sequência da instalação do mastro paradigmática, tanto pelo que mostra (o pau com a bandeira francesa que se procura manter direito), como o que se insinua através da figura do carteiro, com Tati surgindo quase como um “clone” de De Gaulle, reforçado por algumas tiradas do diálogo (as referências ao “líder” e à necessidade de “autoridade” que é preciso para dirigir a operação, etc.)
— Manuel Cintra Ferreira, Folhas da Cinemateca Portuguesa, Julho de 1999

Origem 1949
Com Jacques Tati, Guy Descombe, Paul Frankeur, Santa Relli, Maine Vallée
Festival de Veneza 1949 Seleção Oficial, Em Competição; Prémio Internacional Melhor Argumento
Cópia digital restaurada

auditório TAGV
duração aprox. 1h20
M6

Bilheteira / atendimento presencial
segunda a sexta-feira 17h00 — 20h00
em dias de eventos 1 hora antes / até meia hora depois
encerrada aos sábados, domingos e feriados

Evento Anterior: 12 de julho
Estúdio de Dança Nadine Loureiro | TAGV